paramos em uma tardia madrugada gelada
para avaliar quem somos
quem temos sido por estes dias de puro egoísmo
o peso póstumo das decisões
nos cai monstruosamente
somos delinquentes de nosso nômade destino assustado
e tudo doí, tudo uma hora falha
tudo acaba por falhar na mesma hora
existe uma parte sutil de uma antiga memória
que torna-se triste
tão inalcançável e inquieta
necessitamos desesperadamente voltar
más os anos seguem apenas sua fiel direção
somos apenas crianças em um longo jogo atraente
corremos impacientes para um lugar seguro
esperando o sol sobre os olhos descongelar
deitamos em nosso sonho empalhado
queremos, tememos querer
na linguagem crua da distante ausência
nossa alma envelhece
e tudo doí
na solidão tudo doí